Nênia quaresmal
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Sou feito da lama do efêmero,
emendado pela amálgama do Eterno,
e tenho medo do delírio trincar-me os calcanhares.
Sou afeito às cinzas do fugidio,
escravo agrilhoado às correntes do Infinito,
perecendo sob a intolerável leveza de mim.
Sou rarefeito no mutismo do ermo,
transfigurado na provocação do Sempiterno,
peregrinando numa urgência de não ser desabitado.