Artigo

Seguidores do Caminho

Prezado Secretariado,

Agradeço a Deus pela graça imensurável de ter inspirado no coração de Monsenhor Benedito Mário Calazans este movimento, por acreditar no protagonismo jovem, conduzido por São João Paulo II:

Eu insisto na necessidade de um ensino cristão orgânico e sistemático, que deve ser: não algo improvisado, mas que siga um programa que lhe permita alcançar o fim determinado (…) um ensino que se concentre no essencial, sem ter a pretensão de tratar todas as questões disputadas e sem se transformar em investigações teológicas ou exegeses científicas”.

A acolhida deste carisma por Dom Agnelo Rossi, que solenemente instala na festa do Espírito Santo, em 02 de junho de 1968, o ENCONTRO DA JUVENTUDE e em Fevereiro de 1972 recebe o nome: EMAÚS – CURSO DE VALORES HUMANOS E CRISTÃOS. Neste caminho espiritual apresentado no encontro com Jesus Ressuscitado narrado em Lucas 24, 13-35, que tem objetivo estrutural: estar a serviço das Igrejas particulares que o abrigam, para evangelizar a juventude, como um dos instrumentos da Pastoral Diocesana na Evangelização, posto nas mãos do Bispo.

Seu objetivo pastoral: após viver a Experiência querigmática de três dias em comunidade, são chamados a serem discípulos missionários: “O seguimento é fruto de uma fascinação que responde ao desejo de realização humana, ao desejo de vida plena. O discípulo é alguém apaixonado por Cristo, a quem reconhece como o mestre que o conduz e acompanha” (Doc. Ap. p. 277) [1], nas comunidades eclesiais missionárias (DGAE p. 33)[2] comparadas como uma casa: construção de Deus (1Cor 3,9) onde é o lugar do Amor, união e acolhimento. Onde Jesus se revela em Emaús. A casa (lar) lugar onde entra para se alimentar e descansar (Eucaristia). Também de onde sai para trabalhar (Missão).

Louvo a Deus pelo sim de cada um. Acolho-vos Missionários que compõem o secretariado para este triênio (2020-2022) juntamente com os coordenadores das Escolas Missionárias onde aceitam o chamado de Deus para caminhar com Cristo ressuscitado. Façamos memória que a nossa história salvífica é paradoxal: entre luzes e trevas, alegrias e medos, presença e ausência, morte e ressurreição. Quando Deus chamou os patriarcas, profetas, juízes e reis para libertar Israel dos egípcios, babilônicos, persas e gregos sua maior tentação foi a infidelidade: trocar Deus (YHWH) pelos falsos deuses. Este povo que foi chamado a deixar a escravidão e andar rumo à terra prometida dada por Deus, sofreu a tentação de desistir diante do Mar Vermelho. Moisés escuta a voz de Deus que pede: “Diga ao povo que caminhe” (Ex 14,15). Nos tempos de Jesus o império romano reinava e Ele diante da dor e agonia no monte das Oliveiras, ao suar sangue, Deus envia um anjo para confortá-lo (Lc 22, 43). No caminho do calvário se entrega na cruz e os discípulos têm medo, se escondem. Frustrados e sem sentido em suas vidas, caminham de volta para a sua aldeia. E se encontram com o ressurreto no caminho, ardendo o coração; ao ouvir a sua voz, suplicam: “Fica conosco Senhor” (Lc 24,29).

Roguemos à Virgem Maria que ensinou o Verbo a falar, ensinou os primeiros passos Àquele que é o Caminho, que gerou em seu ventre a Vida que nos livrou da morte. Roguemos a João Batista que preparou o caminho, para sermos CASA, onde revela sua glória para os jovens discípulos que, ao abrirem seus olhos, queimem os seus corações de amor suplicando: Fica conosco Senhor! E experimentem no provisório de suas vidas o que um dia será Eterno na Pátria Celeste.

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[1] Documento de Aparecida,

[2] Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil