Artigo

Catequese: A Memória da Bem-Aventurada Virgem, Mãe da Igreja.

Esse texto faz parte da nossa série de artigos catequéticos que serão publicados todas às quartas do mês de Maio sobre Maria.

No dia 03 de março de 2018, o papa Francisco, por meio, da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, determinou no decreto “Ecclesia Mater” que se inscreva a “Memória da Bem- aventurada Virgem, Mãe da Igreja” no Calendário Romano Geral; esta celebração deverá acontecer na segunda-feira depois de Pentecostes.

Segundo o decreto a Maternidade Divina significa que “Maria é Mãe dos membros de Cristo porque cooperou – com sua caridade – ao renascimento dos fiéis na Igreja” como ensina Santo Agostinho.

Afirma também que o nascimento da Cabeça – é tambem o nascimento do Corpo – indicando Maria, ao mesmo tempo, Mãe de Cristo, Filho de Deus e dos membros do Corpo de Cristo, isto é, a Igreja, como ensina São Leão Magno.

Recorda ainda que a cruz é o ápice da obra redentora e mistério de amor do Cristo, no qual,  sua Mãe esteve intimamente unida acolhendo o amado discípulo de seu Filho e nele recebendo sob sua tutela todos os homens e mulheres restaurados na vida Divina.

Tais justificativas nos fazem reconhecer a maravilhosa benção de termos uma Mãe que não é somente minha, mas de toda a Igreja. Pensando assim, podemos indagar: “o que significa ter Maria como Mãe da Igreja”?

Quer dizer que a Igreja, Povo de Deus deverá renovar todos os dias o seu “sim” ao Senhor para realizar plenamente sua vontade neste mundo; como um dia fez Maria na anunciação do anjo Gabriel (Lc 1, 26-38).

Também quer dizer que estaremos sempre disponíveis para ir ao encontro dos nossos irmãos e irmãs quando precisarem da nossa ajuda; como um dia fez Maria ao visitar sua parente Isabel (Lc 1, 39-45).

Significa cantarmos alegremente um cântico de exultação, reconhecendo a Deus como o todo poderoso que opera maravilhas e nos exalta quando enxerga em nós a virtude da humildade; como um dia o Senhor viu tal virtude em Maria. (Lc 1, 46-56).

Traduz-se em vivermos os mandamentos da Lei de Deus, observando-os com zelo e amor para manifestar-se as graças necessárias à nossa purificação e santificação; como um dia fez Maria – com José – ao levarem o Filho no templo para serem cumpridos todos os preceitos (Lc 2, 22-28).

Termos Nossa Senhora como Mãe da Igreja é sabermos reconhecer os perigos do caminho, desviando-nos com sabedoria Divina de todas as ameaças contra a própria vida e a vida da nossa família; como um dia fez Maria na fuga para o Egito (Mt 2,13- 23).

Para fazermos parte autêntica da família de Cristo, deveremos ser fiéis e ardorosos discípulos/discípulas, ouvindo e praticando todos os ensinamentos do seu evangelho; como um dia fez Maria (Mt 12, 46-50).

A Igreja, Povo de Deus – portanto cada um de nós – deverá estar atenta as dificuldades dos semelhantes para caridosamente orar e interceder por suas necessidades; como um dia fez Maria nas bodas de Caná ( Jo 2, 1-12).

Como discípulos/discípulas amados (as) receberemos amorosamente de Cristo sua Mãe e permiteremos que ela nos acompanhe pelas estradas da vida, entre dores e alegrias; como um dia acompanhou seu Filho, Jesus (Jo 19, 25-27).

E, por fim, como a exemplo da comunidade primitiva, a Igreja nascente, nos reuniremos constantemente para testemunhar a ressurreição  e ascensão de Cristo clamando pelo Espírito Santo que procede do Pai e do Filho para sem medo seguirmos anunciando a Boa Nova e os mistérios da salvação; como um dia fez Maria reunida no cenáculo com os apóstolos no dia de Pentecostes (At 1,12-14).

Bem-Aventurada Virgem, Mãe da Igreja, rogai por nós!

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Padre Ricardo de Oliveira

Diretor Espiritual do Secretariado Regional Sudeste I