Artigo

Catequese: A doce e reconfortante alegria de evangelizar

A Alegria do Evangelho: A doce e reconfortante alegria de evangelizar

Esse texto faz parte da nossa série de artigos catequéticos que serão publicados todas às quartas do mês de Julho sobre a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium.

O Evangelho orienta toda a vida da pessoa, e conduz a um modo de viver na entrega; assim como Cristo com sua kenosis, que significa esvaziamento: sair de si para entregar-se às pessoas. São Paulo VI, na Evangelii Nuntiandi, afirma: A vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros” (n.80).

Tal os discípulos de Emaús que, encontrando o Senhor ressuscitado, partiram para comunicar aos outros; e como a Virgem Maria que, logo após a Anunciação do anjo, foi ao encontro de sua prima Isabel para servir, o cristão é convidado a partir em missão para testemunhar com sua vida, pois a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração, principalmente quando vive em comunhão.

Aquele que, de fato, foi contagiado por Cristo e com Ele fez a experiência de amor, sente-se interpelado a ajudar o próximo. Todos devem anunciar o Evangelho, não só com palavras, mas principalmente com os atos; como disse o Beato Charles de Foucauld: “Gritar o Evangelho com a sua vida”, pois aquele que anuncia a Boa Nova, que é Cristo, não deve apenas anunciar, mas deve viver o Evangelho, ser Evangelho vivo, exemplo aos outros.

A salvação é vida concreta, existência cotidiana, de relação pessoal com Deus e com os irmãos; portanto, a evangelização se dá no falar e no agir. Deus se revelou e continua se revelando através de palavras e acontecimentos (Dei Verbum, n.2): precisamos anunciar e vivenciar a alegria do Evangelho, principalmente em uma sociedade que perdeu o sentido do sagrado, de transcendência, do pecado e do senso da pertença comunitária.

A alegria do Evangelho transforma a nossa vida e essa alegria não é egoísta, mas sim um sentimento que brota da fé. Não podemos desanimar, mesmo diante das dificuldades; elas são desafios que devemos usar para o nosso crescimento, e aumentar a nossa confiança no Senhor, que caminha ao nosso lado (Mt 28,20).

O anúncio da Boa Nova deve ser feito com a força do Espírito Santo, mas também é baseado no testemunho pessoal; testemunho esse que desperte esperança e demonstre que uma adesão a Jesus Cristo transforma e dá sentido à vida, pois apresenta um novo horizonte; é Deus, que não só fala ao ser humano, mas também a ele busca. Jesus não opera simplesmente a nossa salvação, pois Ele é a própria salvação. Ele não apenas mostra o caminho que leva a Deus, Ele próprio é o caminho (Jo 14,6).

Somos chamados para iluminar e comunicar vida! Tenhamos sempre em mente, e em nossos corações, as palavras do Papa Francisco: “[…] somos chamados a ser pessoas-cântaro para dar de beber aos outros. Às vezes o cântaro transforma-se numa pesada cruz, mas foi precisamente na Cruz que o Senhor, trespassado, Se nos entregou como fonte de água viva. Não deixemos que nos roubem a esperança! ” (Evangelii Gaudium, n.86)

_________________________________________

Seminarista Lucas Alves

Pós-graduando em catequese. Exerce estágio pastoral na Basílica e Santuário São Miguel Arcanjo, em São Miguel Arcanjo.

Photo by Ben White on Unsplash