Como de costume, no dia Mundial das Comunicações Sociais, a Igreja sempre chama a atenção para a importância das Comunicações Sociais no processo da formação da humanidade. No 54º dia Mundial das Comunicações Sociais, domingo da Ascensão do Senhor, o santo Padre, o Papa Francisco, nos convida a refletir o valor da narrativa e da memória.
Francisco destaca em sua mensagem para a data, enaltecendo que o homem é um ente narrador e que tal ação se faz necessária para a humanidade. “Penso que precisamos de respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos.”
O sumo pontífice fala também que estamos cercados de histórias que não edificam a caminhada da humanidade. “Quantas histórias nos narcotizam, convencendo-nos de que, para ser felizes, precisamos continuamente de ter, possuir, consumir. Quase não nos damos conta de quão ávidos nos tornamos de bisbilhotices e intrigas, de quanta violência e falsidade consumimos. Frequentemente, nos «teares» da comunicação, em vez de narrações construtivas, que solidificam os laços sociais e o tecido cultural, produzem-se histórias devastadoras e provocatórias, que corroem e rompem os fios frágeis da convivência.”
O Papa também destaca a grande história que modificou toda a humanidade. “A Sagrada Escritura é uma História de histórias. Quantas vicissitudes, povos, pessoas nos apresenta! Desde o início, mostra-nos um Deus que é simultaneamente criador e narrador: de facto, pronuncia a sua Palavra e as coisas existem (cf. Gn 1). Deus, através deste seu narrar, chama à vida as coisas e, no apogeu, cria o homem e a mulher como seus livres interlocutores, geradores de história juntamente com Ele.”
O título da mensagem
Retirado do Livro do Êxodo, “‘Para que possas contar e fixar na memória’ (Ex 10, 2). A vida faz-se história”, o chefe da Igreja chama a atenção para toda o processo de Salvação. Desde a criação da humanidade, é por meio da narração, que começa com o próprio Deus, passando por todos os profetas e chegando nos apóstolos, que nós conhecemos todo o percurso da humanidade e do amor de Deus por cada um de nós.
Comunicação como memória
Em tempos de mundo globalizado, competitivo e dinâmico, a comunicação tem cada vez mais o papel de estabelecer e aprimorar relacionamentos, ampliar diálogos e atrair públicos de interesse. O período atípico oriundo da pandemia do Coronavírus, fez voltar a todos (ou a grande maioria) um olhar mais ativo para as mídias digitais e de forma mais intensa para os recursos das mídias sociais.
Quantas paróquias, movimentos, pastorais estão utilizando esses recursos para se fazer presente. São essas tecnologias que estão permitindo a esses chegarem as pessoas que estão em isolamento social. E lança um desafio para as pastorais e equipes de comunicação, pensar a continuidade desse processo após o fim da pandemia. Em breve as portas de nossas Igrejas reabrirão, mas não se pode deixar de lado aqueles que continuarão nessa caminhada das suas igrejas de origem, as igrejas domésticas. Tudo isso deve ser refletido junto ao Magistério da Igreja, junto das reflexões teológicas e tecnológicas. E é por meio união, de mãos dadas que os desafios serão superados.