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Editorial de Fevereiro
“Não me atrevo pôr nenhuma vírgula onde Deus já pôs ponto final” Quantas vírgulas, quantas arestas, quantas frestas!… Inúmeros capítulos incompletos, histórias inacabadas, versos não rimados… porque o passado já não inspira o presente, muito menos impulsiona o futuro. E assim, o roteiro do viver perde o sentido, a coerência, a fluidez. É mais que urgente a necessidade de recomeçar. E não há heresia alguma nisso. A vida se impõe, constantemente. E o que torna a bagagem cada vez mais insustentável precisa ser lançado fora, o mais distante possível. Mortos que não sepultamos, despedidas que evitamos, rachaduras que não fechamos, galhos que não podamos, feridas que não curamos. Tudo o…
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Editorial de boas-vindas
“No princípio era o Verbo…” Deus é um grande poeta. Grande não, imenso. Tão imenso que a poesia que lhe palpita escorre, chovendo em beleza. A nós, querido leitor, só nos resta jogar longe os sapatos, soltar os cabelos, abrir os braços e dançar, no ritmo da métrica do encanto. O olhar carece de demora, se essas rimas deseja, a alma, interpretar. Sim: tudo é poesia! O solfejo do bem-te-vi, o despir do ipê, o cochicho da brisa. O perfume do café quentinho, o afago da canja quando a gripe, o bolo de fubá da avó. O suor do parto, o riso cristalino da criança, o desengonçado flerte dos adolescentes,…